A condição causada pelo ambiente de trabalho acomete cerca de 30% dos brasileiros.
Em janeiro de 2022, entrou em vigor a nova definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a síndrome de burnout. Agora, ela passa a ser considerada uma condição ocupacional e não um problema de saúde mental ou quadro psiquiátrico, como era definida no texto anterior.
Essa alteração visa alertar que a síndrome de burnout é um fenômeno ligado exclusivamente ao trabalho. Nas palavras da OMS é o “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso“.
A síndrome manifesta-se principalmente em profissionais cuja função envolve relacionamento interpessoal constante e intenso, como: professores, policiais, bombeiros e profissionais da saúde.
Nos próximos tópicos, a Suridata reuniu os dados estatísticos mais recentes, os sintomas, as causas, o tratamento e os possíveis caminhos para a prevenção da Síndrome de Burnout ou a Síndrome do Esgotamento. Vamos juntos?
Dados estatísticos
A International Stress Management Association (Isma) estima que, no Brasil, 72% da população apresenta sinais, em algum nível, de estresse, e 30% sofre de especificamente de burnout.
Quanto às categorias profissionais, segundo um estudo publicado em novembro de 2020 pela PEBMED (portal de saúde), 79% dos médicos, 74% dos enfermeiros e 64% dos técnicos de enfermagem tiveram sinais de síndrome de burnout durante a pandemia de Covid-19.
Não somente os profissionais da saúde, mas diversos estudos apontam altas taxas de incidência de Síndrome de Burnout entre professores, agentes de segurança pública, bombeiros, bancários e motoristas.
Nesse momento, porém, alertamos que é preciso estar atento aos sintomas do esgotamento, independentemente do maior risco relatado em determinadas profissões. Isso porque as causas, como veremos mais à frente, podem ser percebidas em todos os tipos de ofício.
Sintomas
Primeiramente, é importante lembrar que a Síndrome de Burnout é um conjunto de sintomas que se apresentam de forma ocupacional, ou seja, diferentemente da depressão e ou do transtorno de ansiedade, o burnout está sempre ligado a um fator de ambiente: o trabalho.
Dito isso, a Síndrome de Esgotamento é definida como um quadro de estresse crônico. Em outras palavras, é como se a pessoa vivesse por muito tempo com crises de estresse até chegar ao esgotamento de fato. Nessa fase, de acordo com a OMS, os sintomas podem ser classificados em três dimensões:
Sensação de esgotamento
Essa é a característica mais marcante do quadro. A pessoa apresenta-se esgotada física e mentalmente, o que pode refletir em outros sintomas, como:
- Dificuldade de concentração;
- Lapsos de memória;
- Baixa auto-estima;
- Alterações no padrão de sono;
- Dores musculares e de cabeça;
- Problemas gastrointestinais.
Cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho
Embora menos lembrada, essa condição também é vivida pelo indivíduo em burnout. Ocorre indiferença, descaso, desprezo e até ódio pelo trabalho. Essa série de sentimentos podem culminar em atitudes, como:
- Mudanças bruscas de humor;
- Irritabilidade.
- Agressividade;
- Isolamento;
- Ausências no trabalho.
Eficácia profissional reduzida
A capacidade produtiva é afetada. É diferente de uma pessoa que trabalha até se sentir cansada, mas que consegue fazer suas entregas com qualidade. Na Síndrome de Burnout, as atividades, que em outro momento eram feitas sem dificuldades, passam a ser realizadas com erros e atrasos.
Causas
Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, os profissionais têm sobre si a pressão de “fazer mais com menos”. Além disso, os prazos são cada vez mais curtos. Essa pressão, somada ao cansaço e até mesmo às más lideranças, está tornando o ambiente de trabalho cada vez mais prejudicial para a saúde.
Diversas são, então, as possíveis causas no trabalho para desenvolvimento da Síndrome do Esgotamento. Dentre elas, listamos as principais:
- Jornadas de trabalho excessiva;
- Falta de reconhecimento;
- Sensação de injustiça;
- Ausência de conexão com os valores e objetivos da empresa ou com as lideranças;
- Ausência de autonomia nas próprias atividades.
Tratamento
O tratamento da Síndrome de Burnout pode ser medicamentoso, e inclui o uso de antidepressivos, mas é preciso também a combinação com psicoterapia. Isso porque o indivíduo precisa de um espaço especializado para entender quais as causas e quais as estratégias de enfrentamento.
Outras medidas como atividade física regular e exercícios de relaxamento são altamente recomendados para ajudar no controle dos sintomas.
Prevenção
A prevenção está diretamente ligada ao enfrentamento das causas da Síndrome de Burnout. Além disso, é preciso identificar os sintomas para reverter o quadro o mais precocemente possível.
Assim, o que você pode começar a fazer agora mesmo? Abaixo listamos as principais medidas de prevenção:
- Limite seu tempo de trabalho, evite longas jornadas;
- Seja realista ao aceitar novas atividades e ao estabelecer seus próprios prazos;
- Compreenda quais situações são gatilhos para o estresse ou outras emoções negativas;
- Verbalize seus possíveis descontentamentos com a empresa, colegas de trabalho ou com sua liderança;
- Seja realista ao aceitar novas atividades e ao estabelecer seus próprios prazos;
- Busque uma vida mais saudável com exercícios físicos, alimentação equilibrada, manutenção de hobbies e de uma rede de apoio/ afeto;
- Dê atenção à presença dos sintomas mencionados acima, neste texto, e procure ajuda profissional.
Textos de apoio
https://exame.com/carreira/burnout-vira-doenca-do-trabalho-em-2022-o-que-muda-agora/. Acesso em 21/04/2022
https://vocesa.abril.com.br/carreira/entenda-o-que-realmente-e-a-sindrome-de-burnout/. Acesso em 21/04/2022
http://www.ismabrasil.com.br/?con=faq&idi=pt-br&obj=site&pag=15. Acesso em 21/04/2022
https://portalhospitaisbrasil.com.br/sindrome-de-burnout-afeta-78-dos-profissionais-da-saud. Acesso em 21/04/2022e/
https://blog.elevaplataforma.com.br/sindrome-de-burnout-em-professores/. Acesso em 21/04/2022
https://brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/viewFile/22804/18286. Acesso em 21/04/2022
https://www.paho.org/pt/noticias/28-5-2019-cid-burnout-e-um-fenomeno-ocupacional. Acesso em 21/04/2022