Outubro Rosa: Prevenir é o melhor remédio

O câncer de mama pode ser detectado em suas fases iniciais pela própria mulher ou por mamografia, elevando assim as chances de tratamento e cura em muitos casos.


O movimento Outubro Rosa surgiu no final do século passado, nos Estados Unidos e chegou ao Brasil no início dos anos 2000 com o propósito de envolver a população no controle do câncer de mama e facilitar o tratamento com base no diagnóstico precoce da doença, aumentando as chances de cura.

Celebrada todos os anos, a campanha busca informar e conscientizar o público sobre os benefícios da detecção precoce dessa doença. Em tempos de pandemia, a campanha torna-se ainda mais importante, levando-se em conta a protelação de consultas e exames médicos.

O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres no mundo, desconsiderados os tumores de pele não melanomas. Representa um quarto dos casos de câncer registrados anualmente.

Evitar um mal maior com medidas simples: foi pensando nisso que a Suridata elaborou este texto para você. Vamos lá!

 

O câncer de mama

O câncer de mama é um problema de saúde pública de grande relevância no Brasil. Resulta da multiplicação de células anormais do tecido mamário, formando um tumor. Pode se apresentar de maneiras distintas. Alguns se desenvolvem rapidamente, outros têm evolução mais lenta. O câncer de mama também atinge os homens, mas é raro (1% do total de casos).

Em termos gerais, a doença:

  • Responde por cerca de 25% dos casos de câncer detectados a cada ano.
  • Pode ser curada em 1/3 dos casos quando descoberta ainda em estágio inicial.
  • É menos comum antes dos 35 anos.
  • Ocorre após os 50 anos em 80% dos casos. O risco acima de 60 anos é dez vezes maior.
  • É mais frequente nas mulheres que têm início da menstruação em idade muito jovem e menopausa tardia.

No Brasil, o maior percentual de casos está curiosamente nas regiões desenvolvidas, mas deve-se considerar a subnotificação em áreas com acesso reduzido aos serviços de saúde.

 

Fatores de Risco

 Não existe uma causa única para o câncer de mama. Entre os fatores de risco a considerar, estão:

  •  Parente de primeiro grau com câncer bilateral antes dos 50 anos ou de ovário em qualquer idade;
  • História familiar de câncer de mama;
  • Diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa.

 

É preciso considerar também outros fatores complementares, como:

  • Fatores ambientais e comportamentais: obesidade e sobrepeso após a menopausa, sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas e exposição frequente a determinada radiações;
  • Fatores hormonais e reprodutivos: primeira menstruação antes dos 12 anos; não ter tido filhos; primeira gravidez após os 30 anos; parar de menstruar após os 55 anos; uso de contraceptivos hormonais; ter feito reposição hormonal longa depois da menopausa.
  • Fatores genéticos e hereditários: alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2

 

Um estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) revelou desinformação sobre o assunto entre as mulheres brasileiras. A maioria acredita que a hereditariedade (95,7%) é o principal fator de risco da doença. Baseadas nisso, mulheres podem subestimar as medidas de prevenção. O dado é preocupante, já que 80% dos casos não possuem histórico familiar e o fator genético corresponde a apenas 5% a 10% das mulheres afetadas. É importante salientar, no entanto, que o fator hereditariedade não deve ser menosprezado.

A ausência de casos na família não significa que a pessoa esteja livre de riscos. Os antecedentes familiares de tumores de mama exigem atenção, particularmente quando há casos na família de mulheres acometidas antes dos 50 anos de idade.

 

Sintomas

  • Aparecimento de nódulos (caroços): é o sintoma mais comum. Costumam ser indolores, duros e irregulares. Com menos frequência, podem surgir nódulos bem definidos, macios e arredondados. Até os 50 anos de idade, a recomendação é observar se o caroço permanece por mais de um ciclo menstrual. Acima dessa idade, a investigação é imediata;
  • Secreção pelo mamilo: geralmente é transparente, mas pode ser rosada ou avermelhada devido à presença de sangue;
  • Edema em parte da mama (inchaço): costuma apresentar superfície semelhante à casca de laranja;
  • Irregularidades ou retração da pele da mama;
  • Dor, inversão, ulceração ou descamação do mamilo;
  • Hiperemia (aumento não natural do fluxo de sangue para o mamilo);
  • Nódulos palpáveis na axila ou no pescoço.

A presença desses indicadores não implica diagnóstico de câncer. É necessária uma consulta médica para avaliação.

 

O mais importante: rastreamento e diagnóstico precoce

Os homens e as mulheres, em qualquer idade, devem ser incentivados a conhecer seu próprio corpo, a fim de identificar anormalidades em suas mamas. O auto-exame é importante sempre que se sentirem confortáveis para tal, sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.

 

Além disso, também é recomendável que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois anos. A mamografia é uma radiografia feita a partir da compressão das mamas, capaz de identificar a presença de alterações suspeitas antes do aparecimento dos sintomas.  Quando complementada por uma ultrassonografia, permite detectar 95% dos casos. Este exame geralmente não é solicitado para mulheres jovens, pois nessa idade as mamas são mais densas e há maiores chances de resultados incorretos.

A confirmação diagnóstica é feita através de em laboratório pelo exame  histopatológico, após uma biópsia, quando uma pequena parte da lesão é retirada para análise.

 

Tratamento

 A intervenção precoce pode levar à cura. Em casos de metástase, busca-se prolongar a sobrevida da paciente e melhorar sua qualidade de vida. O tratamento apropriado depende dos seguintes fatores: 

  • Estágio da doença;
  • Traços biológicos da paciente;
  • Condições gerais, como idade, status menopausal, comorbidades e preferências.

O tratamento costuma ser feito de duas maneiras:

  • Intervenção local, com cirurgia, radioterapia e reconstrução mamária.
  • Tratamento sistêmico, que deve considerar as características do tumor e o risco de recorrência. Entram aqui quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

 

Prevenção é vida

Estima-se que cerca de 30% dos casos poderiam ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como:

  • Praticar atividade física regularmente;
  • Alimentar-se de forma equilibrada;
  • Manter o peso adequado;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Outro fator protetor para o câncer de mama, é o aleitamento materno, já que durante o período de amamentação a produção de alguns hormônios que favorecem o desenvolvimento deste tipo de câncer é reduzida. Além disso, a amamentação promove a renovação celular diminuindo as chances do desenvolvimento do câncer de mama.

Conhecer o próprio corpo, observar suas mudanças, identificar situações suspeitas, visitar o médico regularmente, tudo isso aumenta as chances de sucesso na identificação precoce e tratamento do câncer. Que se faça dessas dicas um hábito!

 

 

Fontes:

https://www.inca.gov.br/campanhas/outubro-rosa/2015/cancer-de-mama-vamos-falar-sobre-isso

https://www.unimed.coop.br/viver-bem/saude-em-pauta/outubro-rosa-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-cancer-de-mama#O%20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9%20heredit%C3%A1rio?

https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/imprensa/noticias/cancer-de-mama-fatores-de-riscos-sintomas-e-diagnostico/https://secad.artmed.com.br/blog/medicina/cancer-de-mama-outubro-rosa/

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