Março Azul-Marinho: Prevenção do Câncer Colorretal

O segundo câncer mais incidente em brasileiros pode ser prevenido com a adesão de hábitos saudáveis.

Embora o câncer colorretal, conhecido como câncer de intestino, seja um dos mais incidentes, ele é também um dos mais preveníveis. Além disso, se detectado precocemente pode ser curado na maior parte dos casos. Por esse motivo uma campanha de conscientização se torna tão importante.

“Março Azul-Marinho” é uma iniciativa para promover conhecimento e estimular a prevenção do câncer colorretal. Reservar, então, o mês para entender a doença e compartilhar o conhecimento com os amigos e familiares é um modo de participar da campanha.

Pensando nisso, a Suridata preparou este texto com informações relevantes acerca do câncer de intestino. Vamos lá?

 

SOBRE O CÂNCER COLORRETAL

Chamamos de câncer colorretal os cânceres que atingem a porção do intestino grosso (cólon) e o reto. A maior parte desses tumores malignos inicia-se com lesões benignas, que passam a crescer e se multiplicar na região interna do intestino. São chamadas de pólipos.

Tais lesões, se não identificadas precocemente, podem evoluir para o câncer de intestino. Na doença, as células cancerígenas crescem desenfreadamente e impactam o funcionamento normal do organismo. Além disso, essas células podem se desprender e se espalhar para outros órgãos, caracterizando uma metástase.

Agora, veremos alguns dados estatísticos sobre essa patologia de acordo com o Instituto Nacional de Combate ao Câncer (INCA) e o Observatório de Oncologia:

 

  • O câncer colorretal foi o segundo mais incidente em homens no ano de 2020, ficando atrás apenas do câncer de próstata;
  • Também foi o segundo mais incidente em mulheres no mesmo ano. Em primeiro lugar está o câncer de mama;
  • A doença foi o terceiro tipo de câncer que mais matou homens e mulheres, de acordo com os últimos dados do INCA sobre mortalidade (2018);
  • A taxa de mortalidade da doença no Brasil, de acordo com o Observatório de Oncologia, é de 8,4%;
  • Segundo o INCA, cerca de 40.000 novos casos de câncer de intestino serão diagnosticados anualmente no Brasil.

 

FATORES DE RISCO

Parte dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença é considerada modificável. Isso porque, esses fatores estão relacionados a hábitos alimentares e atividades físicas, em outras palavras, podem ser alterados a depender do estilo de vida adotado.

Abaixo listamos os fatores de risco modificáveis: 

  • Excesso de peso corporal;
  • Estilo de vida sedentário;
  • Alimentação pobre em fibras (frutas, vegetais);
  • Alto consumo de carnes processadas (linguiça, mortadela, bacon etc.);
  • Ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana);
  • Tabagismo;
  • Consumo de bebidas alcoólicas (ingestão maior ou igual a duas doses por dia, cerca de 30 gramas de etanol por dia).

 

Há também os fatores de risco não modificáveis: 

  • Idade igual ou superior a 50 anos;
  • História familiar de câncer de intestino;
  • História prévia de câncer de ovário, útero ou mama;
  • Doenças inflamatórias do intestino (ex: Doença de Crohn);
  • História familiar de polipose adenomatosa.

 

PRINCIPAIS SINTOMAS

Os sintomas do câncer colorretal podem ser os mesmos presentes em hemorroidas, úlceras gástricas e verminoses. Por isso, assim que detectados, devem ser melhor investigados por um médico, principalmente se os sintomas forem persistentes.

Sinais e sintomas do câncer de intestino:

  • sangue nas fezes;
  • alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);
  • dor ou desconforto abdominal;
  • fraqueza e anemia;
  • perda de peso sem causa aparente;
  • alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas);
  • massa (tumoração) abdominal.

 

RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRECOCE

Rastreamento é o nome dado à investigação diagnóstica realizada em indivíduos sem sinais da doença, porém que possuem fatores de risco. Já o termo diagnóstico precoce se refere a solicitação e a análise de exames a partir da presença dos sintomas de câncer colorretal.

Para ambas as situações, dois exames podem ser realizados: pesquisa de sangue oculto nas fezes e a endoscopia (colonoscopia ou retossigmoidoscopia). Sendo a pesquisa de sangue oculto nas fezes a primeira escolha para os casos de rastreamento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda esse exame aos pacientes com idade maior que 50 anos.

Se o resultado for positivo, uma colonoscopia deve ser realizada. Nesta etapa, todo o intestino é visualizado e ocorrem as retiradas de pólipos para análise em biópsia. Somente a biópsia é capaz de indicar o tipo de célula presente nas lesões: benignas ou malignas.

 

TRATAMENTO

Após o diagnóstico, um plano de tratamento deve ser estabelecido a depender do estágio do câncer colorretal. Normalmente inicia-se com uma cirurgia para retirada do tumor no intestino e/ou também retirada dos gânglios linfáticos presentes na região abdominal.

Posteriormente, sessões de radioterapia conciliadas ou não com quimioterapia serão indicadas. Essa etapa do tratamento visa eliminar possíveis células cancerígenas não extraídas com a cirurgia e, também, diminuir a possibilidade de recidivas.

 

CÂNCER COLORRETAL, UM CÂNCER PREVENÍVEL

Nesse post, vimos desde dados importantes sobre a incidência e mortalidade do câncer de intestino, passamos pelos fatores risco, os sintomas, o diagnóstico, até um entendimento melhor sobre o tratamento da doença.

Reforçamos que, se os pólipos ou lesões benignas forem identificados e retirados precocemente na colonoscopia, podemos impedir o avanço para o câncer colorretal. Além disso, salientamos que preferências por hábitos mais saudáveis, como consumo de fibras e prática de exercícios físicos, são importantes para prevenir o câncer de intestino.

Participe também da campanha Março Azul-Marinho! Compartilhe esse texto com seus amigos e familiares. Quanto maior a ciência sobre a doença, menor será a incidência de casos graves detectados.

Autora: Aline Gomes da Costa

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