Julho Amarelo no Brasil: mês de prevenção e conscientização das hepatites virais

O que é hepatite?

A hepatite é uma inflamação no fígado, que pode ser causada por diversos fatores, inclusive, por infecções virais. Essas infecções podem evoluir e causar danos mais graves ao órgão, como cirrose ou câncer. Normalmente, a hepatite é uma doença silenciosa e muitas vezes não apresenta sintomas, por isso, são recorrentes os casos em que o diagnóstico ocorre em estágios avançados. Esse cenário favorece os riscos de transmissão da doença, já que a falta de sintomas dificulta o diagnóstico precoce e tratamento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem 400 milhões de pessoas infectadas pelos vírus da hepatite B e C, em todo o mundo, número 10 vezes maior que o dos portadores do vírus HIV.

 
Por que “Julho Amarelo”?

A campanha “Julho Amarelo” foi instituída em janeiro de 2019 e desde então, o mês de julho vêm sendo dedicado a realização de ações relacionadas à luta contra as hepatites virais. Este nome foi atribuído à campanha, devido ao fato de as pessoas infectadas pelo vírus da hepatite, em sua maioria, apresentarem a pele e olhos amarelados e por isso, a cor amarela foi escolhida para dar nome à campanha.

 

Causas e tipos de hepatites virais:

Cada tipo de hepatite é causado por um vírus diferente, classificado em A, B, C, D e E, e suas causas variam de acordo com o tipo, sendo as mais comuns no Brasil as hepatites A, B e C. Os vírus D e E, geralmente são mais frequentes na África e na Ásia.

Vejamos a seguir um pouco mais sobre as características de cada um deles:

Hepatite A

Também conhecida como “hepatite infecciosa”, a hepatite A é uma doença contagiosa causada pela transmissão do vírus da hepatite A (HAV). A hepatite A tem cura e, desde 2014, sua vacina está incluída no calendário de vacinação infantil do SUS. A vacina é recomendada para crianças, adolescentes e adultos não imunes e deve ser aplicada após os 12 meses de idade com outra dose após os 6 meses.

Hepatite B

A hepatite B, também chamada de soro homólogo, é uma doença infecciosa causada pelo vírus da hepatite B (HBV), transmitida principalmente por fluidos corporais, como sangue, sêmen e leite materno.

A vacinação contra hepatite B é indicada para pessoas de todas as faixas etárias e deve ser aplicada preferencialmente nas primeiras 24 horas após o nascimento, evitando assim a hepatite crônica.

Hepatite C

A hepatite C, também chamada de “Hepatite não A não B” (NANB), é causada pelo vírus da hepatite C (HCV). Infelizmente, ainda não existe vacina contra essa doença, no entanto, a hepatite C é uma das poucas doenças crônicas que podem ser curadas.

Hepatite D

A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus da hepatite D (HDV) e possui características semelhantes às das hepatites B e C no que se refere à forma de transmissão. Portanto, embora ainda não exista vacina contra a hepatite D, a vacina contra a hepatite B também serve como proteção para a hepatite D.

Hepatite E

A hepatite E é causada pelo vírus da hepatite E (HEV) e, como a hepatite A, está fortemente ligada à falta de saneamento básico e higiene pessoal. No Brasil, a doença é considerada rara, com maior índice na África e na Ásia. Ainda não existe vacina contra a hepatite E, então, a melhor forma de prevenir é manter uma boa higiene e evitar o consumo de alimentos de origem duvidosa.

 
Principais formas de transmissão:

 – Contágio fecal-oral (A e E): O contato fecal-oral nada mais é do que o contato de fezes com a boca, sendo esta, a principal forma de contágio dos vírus do tipo A e E. Devido a forma de contágio, a doença tem grande relação com condições precárias de saneamento básico, de higiene pessoal e dos alimentos;

– Transmissão sanguínea (B, C e D): A prática de sexo desprotegido, compartilhamento de objetos pessoais como lâminas de barbear e alicates de unhas, são fatores de risco para a contaminação, bem como, a confecção de tatuagens/piercings e procedimentos odontológicos invasivos;

– Outras formas: durante a gestação, parto e amamentação (sendo mais comum nos tipos B e D).

 

Como é feito o diagnóstico?

Feitos em sua maioria através de testes sanguíneos, podendo ser testes rápidos ou investigações sorológicas. Além disto, dependendo o tipo de hepatite investigada, outros métodos/formas de diagnóstico poderão ser utilizados.

Na hepatite A, a investigação é feita através de exames de sangue que buscam a presença de anticorpos para o vírus. Esta pesquisa, poderá ser realizada tanto na fase aguda, como em uma fase posterior, a fim de checar se já houve alguma infecção pregressa ou se o indivíduo já possui alguma resposta vacinal.

Os diagnósticos das hepatites B e C são realizados por teste rápido, em qualquer unidade pública de saúde e o resultado fica pronto em até 30 minutos. Dessa forma, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento.

No caso da hepatite E, a pesquisa de anticorpos anti-HEV pode ser usado para o diagnóstico. A detecção do vírus em amostras de fezes, auxilia no diagnóstico dos casos agudos.

Já na hepatite D, o diagnóstico é baseado na detecção de anticorpos anti-HDV porém, para confirmação diagnóstica o indivíduo deverá apresentar não somente o exame reagente, outros fatores também deverão ser somados a ele como: informações clínicas, epidemiológicas e demográficas.

 
Sinais e sintomas:

Apesar de silenciosa, as hepatites virais podem apresentar alguns sintomas sugestivos como:

  • Amarelecimento da pele e olhos
  • Fezes mais brancas
  • Urina escura
  • Tontura
  • Náusea
  • Êmese (vômito)
  • Cansaço
  • Dor ou desconforto abdominal

Vale ressaltar que os sintomas podem variar de acordo com o tipo de hepatite, mas, caso tenha sido exposto a alguma situação de risco para contágio e apresente os sintomas acima, procure o serviço médico mais próximo para o correto diagnóstico.

 

Como prevenir?

Para evitar as principais situações de risco, algumas medidas simples devem ser tomadas:

– Mantenha a carteira de vacinação atualizada;

– Lave bem as mãos;

– Beba somente água filtrada ou fervida;

– Lave bem os alimentos antes do consumo;

– Use preservativos nas relações sexuais;

– Exija material esterilizado ou descartável em consultórios médicos, dentários, salões de beleza, estúdios de tatuagem e de piercing;

– Não compartilhe agulhas, seringas, lâminas de barbear e escova de dentes.

Previna-se! Fique atento às situações de risco e busque auxílio médico e diagnóstico no caso de sinais e sintomas sugestivos.

Por: Jéssica Pereira

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Para mais informações acesse:

Biblioteca Virtual – Ministério da Saúde:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_virais_brasil_atento_3ed.pdf

 

Governo do Estado de São Paulo:

https://www.saopaulo.sp.gov.br/tag/hepatites-virais/

 

Organização Mundial de Saúde:

https://www.who.int/eportuguese/publications/pt/

 

Movimento Brasileiro de Luta Contra as Hepatites Virais:

http://mbhv.org.br/

 

ONG Movimento Esperança:

https://grupoesperanca.org.br/

 

Busca Saúde:

www.buscasaude.prefeitura.sp.gov.br

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