Anteriormente, discutimos em nosso blog sobre o presenteísmo, um fenômeno que afeta a presença dos colaboradores no local de trabalho, mesmo quando não estão em condições ideais. Hoje, nosso foco será o absenteísmo na saúde, seus impactos financeiros e estratégias de prevenção.
O setor de saúde enfrenta um desafio significativo com relação ao absenteísmo de seus profissionais. O absenteísmo, ou seja, as ausências não planejadas no trabalho, têm um impacto profundo na capacidade de fornecer cuidados de qualidade aos pacientes.
Os custos físicos, mentais e emocionais.
À medida que os profissionais de saúde se ausentam devido a doenças, estresse ou outros motivos, surgem consequências negativas. O que afeta tanto a equipe de saúde quanto aqueles que dependem de seus cuidados.
Durante a pandemia, um período extremamente desafiador em termos de saúde física e, principalmente, mental, os problemas pré-existentes se tornaram ainda mais evidentes. A ansiedade, a síndrome do pânico e a depressão aumentaram em quase 30% o número de afastamentos em 2020, dados da SEPRT.
Com uma equipe reduzida, o número de pacientes atendidos aumenta e os profissionais ficam sobrecarregados, o que pode comprometer a qualidade do atendimento. Essa sobrecarga excessiva pode afetar a saúde física e mental dos profissionais remanescentes, levando a um ciclo vicioso de ausências e piora no atendimento.
O absenteísmo no setor de saúde não apenas apresenta desafios significativos, mas também acarreta um prejuízo financeiro considerável. As ausências não planejadas dos profissionais de saúde têm um impacto direto nos recursos financeiros das instituições e sistemas de saúde, além de afetar a qualidade do atendimento prestado.
Os Custos financeiros.
De acordo com estudos recentes, o absenteísmo pode resultar em perdas financeiras consideráveis para o setor de saúde. Por exemplo, um relatório do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente (PBSP) revelou que, com base em dados de 23 instituições de saúde em todo o país, os prejuízos anuais podem ultrapassar os R$ 25 milhões. Esses números alarmantes destacam a urgência de abordar e mitigar o problema do absenteísmo.
Além dos custos diretos associados às ausências não planejadas, como salários pagos sem a devida produtividade, o absenteísmo também gera outros custos indiretos. A sobrecarga de trabalho imposta aos profissionais que permanecem em serviço é alta. O que pode levar a erros médicos, diminuição da eficiência operacional e à necessidade de contratação de profissionais temporários para cobrir as ausências. Isso implica em custos adicionais.
O absenteísmo também afeta negativamente a satisfação dos pacientes, podendo levar à perda de receita. Quando os profissionais estão ausentes, os pacientes podem enfrentar atrasos em suas consultas, cancelamentos ou dificuldades para agendar atendimentos. Essa insatisfação pode levar os pacientes a buscarem serviços de saúde em outras instituições, impactando diretamente a receita e a reputação da organização.
Estratégias de prevenção.
Portanto, é crucial que as instituições de saúde adotem estratégias para mitigar o absenteísmo e seus impactos financeiros. Isso inclui investir em programas de promoção da saúde e bem-estar dos profissionais, proporcionar um ambiente de trabalho saudável e incentivar práticas de autocuidado.
Essas iniciativas podem reduzir em até 41% os índices de absenteísmo não planejado e diminuir em 81% a intenção dos funcionários de procurar um novo emprego conforme estudo realizado pela Gallup-Sharecare.
Isso contribui para a redução do índice de turnover, que representa um grande desafio para as empresas, tanto em termos de orçamento quanto de qualidade no atendimento, especialmente no setor da saúde, que lida diretamente com o cuidado das pessoas.