Abril Colorido: Um mês para conscientização do Autismo

Autismo ou o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio no desenvolvimento que afeta a capacidade de relacionamento social.

Em 02 de abril é celebrado o Dia Mundial do Autismo. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para promover maior conscientização sobre a questão. No Brasil, desde 2018, a data também foi sancionada por lei como o Dia Nacional de Conscientização do Autismo.

Trazer visibilidade ao tema é importante por dois motivos: o número de diagnósticos de autismo cresce substancialmente, como veremos nos próximos tópicos; e, também, para fortalecer o desenvolvimento e a inclusão dos portadores. A partir dessas necessidades, a campanha “Abril Colorido” foi criada.

Como forma de apoiar esta causa, a Suridata preparou esse texto para que você conheça os principais conceitos sobre autismo, dados estatísticos, como ocorre o diagnóstico e também o tratamento. Vamos juntos?

 

O QUE É O AUTISMO (TEA)?

O autismo é um transtorno caracterizado pelo comprometimento do convívio social em diferentes níveis. Em geral, os indivíduos apresentam os seguintes sinais:

  • dificuldades para interação social (alterações em comunicação verbal e não verbal);
  • padrões repetitivos de comportamento;
  • pouca ou grande sensibilidade a estímulos sensoriais.

Normalmente, o diagnóstico ocorre até os três primeiros anos de vida da criança. Porém, ainda há casos em que a detecção é feita tardiamente devido à desinformação popular e ao despreparo dos profissionais da saúde.

As causas relacionadas ao desenvolvimento apontam para uma combinação entre fatores genéticos (mutações espontâneas transmitidas por hereditariedade) e também fatores ambientais (infecções, estresse e distúrbios metabólicos sofridos pelo feto).

 

NÍVEIS DO AUTISMO

Antes de 2012, o Autismo era dividido em diferentes tipos: Autismo Clássico, Autismo Atípico, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger. Após a divulgação do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Cinco (DSM V), os antigos tipos foram integrados ao termo “Transtorno do Espectro do Autismo”.

Com isso, passou-se a realizar os diagnósticos conforme o grau de severidade do transtorno, ou seja, conforme o nível de comprometimento. Abaixo destacamos os três níveis:

  • Nível 1 (ou alto funcionamento): há prejuízos leves que refletem em dificuldades nas interações sociais, respostas atípicas e pouco interesse em se relacionar com o outro. Porém tais prejuízos não impedem os estudos, o trabalho e a interação social de forma mais independente.
  • Nível 2 (ou moderado funcionamento): apresentam maior dependência, comparados aos portadores de nível 1, e necessitam de algum auxílio para desempenhar funções de autocuidado. É comum que haja necessidade de mediação na comunicação e interação social.
  • Nível 3 (ou baixo funcionamento): há déficits graves para interação social, mudança de rotina e autocuidado. As pessoas diagnosticadas neste nível apresentam alto grau de dependência, sendo necessárias intervenções e mediações constantes para o convívio em sociedade.

 

DADOS ESTATÍSTICOS

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 1 em cada 160 crianças no mundo possuem TEA (2017). E, segundo a publicação de março de 2020 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, 1 em cada 54 crianças americanas possuem o diagnóstico.

Esse número vem apresentando aumento substancial a cada pesquisa lançada pelo órgão. Em 2004, por exemplo, foi divulgado que 1 pessoa em 166 possuía TEA. Em 2012, 1 em 88. Em 2018, esse número estava em 1 em 59. Até esta última prevalência de 2020: 1 em 54.

Essa tendência pode significar tanto um elevado número real de casos, como também pode apontar para um aumento do número de diagnósticos devido à maior conscientização sobre o autismo.

Também de acordo com o CDC, para cada uma menina diagnosticada com autismo, há quatro meninos na mesma situação. Sinalizando, assim, prevalência maior no sexo masculino. A pesquisa do CDC é utilizada pelo Brasil, uma vez que não há dados concretos acerca dos números do autismo em território nacional.

 

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico é realizado por um profissional, como um neuropediatra ou psiquiatra infantil. Normalmente, pode ser feito por volta dos 18 aos 24 meses – quando a percepção dos sinais é mais evidente: ausência de contato visual, mesmo quando chamado, ausência de balbucio e de gestos sociais.

Durante a consulta, será feita uma entrevista familiar, avaliação observacional e uma aplicação de questionários com base científica. Caso haja confirmação do diagnóstico, deve-se estabelecer um plano de tratamento individual e multiprofissional, conforme o nível do TEA apresentado.

O objetivo do tratamento é o desenvolvimento e a inclusão social. Medicamentos podem ser indicados apenas diante de condições associadas, como agressividade, depressão, etc. No geral, é realizada a união de diferentes terapias para promover as habilidades sociais e de comunicação do portador.

O método mais comum é a Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Neste método busca-se entender cada comportamento e como eles se manifestam no meio em que vive o indivíduo. Também identifica-se quais as formas de aprendizado. Assim, o foco é estimular comportamentos desejados e diminuir aqueles prejudiciais para o convívio.

 

DESENVOLVIMENTO E INCLUSÃO SOCIAL

Embora algumas pessoas com TEA possam conviver sem dependência, parte dos indivíduos necessitará de cuidado especializado durante toda a vida. Por isso, o fornecimento de uma rede de apoio aos familiares e portadores é tão necessária.

Instituições reconhecidas como Autismo e Realidade, Autismo em Dia e a Associação de Amigos do Autista (AMA) são organizações não governamentais ou beneficentes sem fins lucrativos que oferecem apoio e informação acerca do autismo.

Por fim, reforçamos que há grandes chances de melhora no desenvolvimento, nas formas de se comunicar e no equilíbrio emocional dos portadores se o diagnóstico e o tratamento forem estabelecidos precocemente por uma equipe especializada.

Então compartilhe esse texto e ajude a conscientizar cada vez mais pessoas acerca do autismo. Participe desta campanha também!

Autora: Aline Gomes da Costa

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