Fevereiro Laranja: um mês para combate à Leucemia

Popularmente conhecida como câncer no sangue, a leucemia atinge crianças e adultos, promovendo alterações na produção e maturação de células sanguíneas

 

Em novembro de 2019, uma lei instituída no estado de São Paulo estabeleceu fevereiro como um mês para promover ações de combate à leucemia. A campanha intitulada Fevereiro Laranja tem, então, como objetivo angariar ações para conscientização acerca dessa doença.

A Suridata entende que para promover essa luta é preciso tanto disseminar o impacto desse câncer na vida das pessoas, como também informar sobre as estratégias após a sua manifestação. Detecção precoce e tratamento adequado são fundamentais!

Neste post falaremos exatamente sobre isso. Traremos a você desde conceitos sobre o que é, ou melhor, o que são exatamente as leucemias, como elas ocorrem, os sintomas, o diagnóstico, e até como funciona a doação de medula óssea. Então, vamos lá?

 

DADOS E ESTIMATIVAS DA LEUCEMIA

De acordo com a American Cancer Society, a leucemia é o tipo de câncer mais comum em crianças.  Tratando-se especificamente do Brasil,  o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que a cada três anos são diagnosticados 8.460 novos casos em pacientes infanto-juvenis. 

No entanto, é importante saber que as leucemias não atingem somente indivíduos mais jovens. Pelo contrário, o Observatório de Oncologia nos alerta: a maior parte dos 10.810 casos anuais de leucemia, número estimado também pelo INCA, são diagnosticados em idosos. Tornando-se, assim, o 13° tipo de câncer mais frequente na população geral.

O que fará uma significativa distinção de frequência entre as faixas etárias é o tipo de leucemia. Sendo, de modo geral, a leucemia aguda mais frequente na população jovem e, o tipo crônico mais incidente em pacientes adultos e idosos. A seguir abordaremos cada um dos principais tipos da doença.

 

TIPOS DE LEUCEMIA E COMO ELAS SE MANIFESTAM NO CORPO

Todos os 12 tipos de leucemias afetam a produção normal das células sanguíneas. Nós possuímos três tipos de células no sangue. Os glóbulos brancos (leucócitos), os glóbulos vermelhos (hemácias) e as plaquetas. Todas essas células são produzidas em nossa medula óssea.

Porém, na leucemia, por conta de uma mutação genética, ocorre a multiplicação desenfreada ou o maior tempo de vida das células chamadas leucêmicas. Como impacto disso temos um acúmulo dessas células, impedindo a produção normal de leucócitos, hemácias e plaquetas.

O processo descrito é comum a todos os tipos de leucemia, o que diferencia um tipo do outro são a velocidade com que a doença avança e o tipo de leucócito envolvido nessa mutação. Abaixo descrevemos os quatro tipos principais:

 

  • Leucemia linfoide crônica: o termo “crônica” remete ao desenvolvimento brando, em que as células cancerígenas maduras se multiplicam lentamente. E, a palavra “linfóide” diz respeito ao tipo de glóbulo branco afetado.  Este tipo de leucemia raramente atinge crianças. 
  • Leucemia mieloide crônica: também de desenvolvimento lento, porém acomete as células mieloides. O tipo atinge principalmente adultos. 
  • Leucemia linfoide aguda: na leucemia aguda, a multiplicação de células cancerígenas não maduras ocorre de maneira acelerada e, abruptamente, impede as funções normais das células sanguíneas. É o tipo mais comum em crianças, mas também pode ocorrer em adultos.
  • Leucemia mieloide aguda: afeta, com velocidade alta, as células mieloides. Ocorre em adultos e crianças, mas a incidência é maior conforme o aumento da idade.

 

PRINCIPAIS SINTOMAS

Os sintomas estão relacionados à disfunção das células sanguíneas, ou seja, como há prejuízos aos glóbulos brancos, o sistema imunológico estará debilitado. Da mesma forma, diante da deficiência de hemácias, o oxigênio disponível aos tecidos será menor. E, por fim, com a diminuição de plaquetas, os mecanismos de coagulação serão afetados.

Com isso, os principais sintomas das leucemias são:

  • Palidez
  • Cansaço
  • Febre
  • Aumento de gânglios
  • Infecções recorrentes
  • Hematomas ou pontos vermelhos pelo corpo 
  • Sangramentos
  • Aumento do baço e do fígado

 

FATORES DE RISCO E DIAGNÓSTICO PRECOCE

Apesar do desconhecimento das exatas causas da leucemia, sabe-se que alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença. São eles: 

  • Quimioterapia e radioterapia (relacionados a tratamentos prévios)
  • Síndrome de down
  • Histórico familiar
  • Fumantes
  • Exposição a agentes químicos, como o benzeno

 

É importante, então, estar atento ao tabagismo e ao contato com agentes químicos. Porém, não é possível estabelecer uma estratégia de prevenção frente ao restante dos fatores de riscos. Logo, o diagnóstico precoce torna-se a principal saída para diminuir a mortalidade da leucemia.

Nesse sentido, mediante qualquer um dos sintomas descritos no tópico anterior, deve-se procurar imediatamente um médico. Um hemograma simples poderá fazer a triagem inicial. Se detectadas alterações, outros exames laboratoriais serão realizados e o paciente deverá ser encaminhado a um hematologista.

 

TRATAMENTO

De forma geral, o objetivo dos tratamentos é destruir as células cancerígenas e restabelecer a produção das células sanguíneas.  Assim, a quimioterapia está indicada para as fases de remissão na leucemia aguda mieloide e linfoide.

Ao término da fase de remissão, o paciente não deve apresentar sinais da doença. E, portanto, iniciam-se as etapas relacionadas a consolidação e manutenção do estado não cancerígeno, com intuito de impedir as recidivas. 

Já nas leucemias crônicas, o tratamento pode ou não ser feito por meio de quimioterapia. Em alguns casos, por exemplo, o paciente será acompanhado e tratado por terapia-alvo, um tipo de medicamento que inibirá apenas a enzima relacionada à multiplicação leucêmica. 

Por fim, durante todo o tratamento podem ser necessárias internações devido complicações ou infecções relacionadas ao déficit do sistema imunológico. Ainda, em situações em que a resposta ao tratamento quimioterápico não foi satisfatória, a doação de medula e o posterior transplante pode ser indicado.

 

COMO POSSO SER UM DOADOR DE MEDULA ÓSSEA?

De acordo com o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), um doador considerado ideal está presente na família do paciente em apenas 25% dos casos. Isso significa que 75% dos indivíduos recorrerão a um banco de doadores.

Então, para contribuir com o Fevereiro Laranja e tornar-se um doador de medula, basta atender aos critérios e procurar um hemocentro de referência. O site da instituição traz o endereço desses locais no Brasil. Além disso, após a triagem, apenas uma amostra de seu sangue será coletada e, pronto! Você fará parte do banco de possíveis doadores.

Critérios para doação de medula óssea:

  • Ter entre 18 e 55 anos de idade
  • Estar em bom estado geral de saúde
  • Não ter doença infecciosa ou incapacitante
  • Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

 

COMBATE À LEUCEMIA: INFORMAÇÃO, DETECÇÃO PRECOCE E TRATAMENTO ADEQUADO

Vimos neste post informações importantes para entender a leucemia e sua gravidade nas pessoas. Vimos também como você pode ajudar por meio do processo de doação de medula óssea. Mas, não somente dessa forma, você também pode contribuir para a campanha Fevereiro Laranja, compartilhando esse texto!

Lembre-se de que para garantir a diminuição da mortalidade tanto da leucemia aguda, quanto da crônica, são necessários: detecção precoce dos sinais da leucemia, diagnóstico preciso e tratamento adequado. Para isso, precisamos que a informação, principalmente acerca dos sintomas, chegue aos nossos queridos familiares e amigos.

Autora: Aline Gomes da Costa

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